Inicia a maratona dos seis jovens que foram identificados para assumir a monitoria de três grupos de teatro, em escolas dos municípios de Glória do Goitá, Lagoa de Itaenga e Pombos. A ação tem por objetivo disseminar a metodologia do teatro de mobilização social, possibilitando o processo de ensino-aprendizagem dos jovens monitores do projeto Sanfona Cultural. Os trabalhos vivenciados pelos grupos de teatro serão apresentados em escolas dos municípios do Território da Bacia do Goitá.
Lanilson José, 17, mora na comunidade da Saudade, município de Lagoa de Itaenga (PE). Sua rotina é um pouco diferente dos demais jovens de lá: acorda às 5h para poder ajudar Dona Josefa de Santana, sua mãe, a fazer coxinhas e pastéis para vender no intervalo da aula. Ele reversa às vendas com mãe e irmã, em duas escolas da rede pública. Tudo tem que ser feito com muita agilidade, pois às 8h Lanilson precisa está nas atividades do teatro. À tarde faz às vendas e à noite cursa o 3º ano do Ensino Médio, no colégio estadual. A novidade para esta rotina está no novo papel que o jovem passou a assumir: monitorar junto a também agente cultural do Sanfona Cultural, Siomara Elis, 18, um grupo de teatro com 15 adolescentes da escola municipal João Vieira Bezerra.
“Assumir essa atividade requer de mim compromisso. Estou aprendendo muita coisa nova, vivendo situações e visões diferentes. Agora me torno referência pra cada um deles, pra família deles, meus professores, amigos, pra minha família. Estou gostando dessa pessoa nova que estou virando”, traduz Lanilson o sentimento em que percorre. Para o jovem seu maior desafio foi superado quando começou a fazer teatro no projeto: “Eu era muito tímido, não gostava de falar, também não tinha muitos amigos”, e apresenta o novo: “Vencer essa etapa me ajudou bastante a crescer. Agora preciso manter organizado o meu tempo pra poder ajudar minha mãe nas tarefas da casa, estudar na escola, fazer e ensinar teatro e mostrar do que posso ser capaz”, conta.
Para realizar as atividades da monitoria os jovens recebem uma ajuda de custo. Eles são acompanhados pedagogicamente e artisticamente pelos arte-educadores da Geração Futuro. Todo o trabalho é realizado a partir de construções coletivas envolvendo comunidade, escola, jovens monitores e atores. Paralelo a isso, os jovens monitores estão envolvidos nos espetáculos de teatro dos grupos em que participam.
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